segunda-feira, 5 de junho de 2017

Se é questão de confessar. . .

Negação. Indecisão. Difícil entender. Ainda mais difícil quando a mesma situação bate à minha porta após longos anos. É diferente dessa vez, é mais simples. Talvez eu apenas não queira estragar tudo por nada. Talvez eu queira que você estrague tudo no meu lugar pelo menos uma vez. E eu espero. Sempre espero. 

Dessa vez, não crio expectativas. Apenas espero. 

Ah, como nossas vidas mudaram! Mas nós ainda somos os mesmos, com a mesma forma de olhar, de abraçar, e de entender sem a necessidade de muitas palavras. E eu ainda sou aquela que tenta afastar, não pela falta de vontade de estar perto, mas pela necessidade de não criar expectativas. E eu sigo em frente, sem dúvidas, até o momento em que você interfere e não me deixa afastar mais. 

É um jogo sujo, como diz naquela música que gostamos, me fazer sonhar com você. E você faz isso comigo, talvez por uma vontade física que às vezes nem você encare. E eu sonho, talvez por uma vontade inconsciente de não negar mais. Mas não importa. Nas nossas maiores confissões, palavras sempre foram dispensáveis. Chego a pensar que talvez elas sejam mesmo apenas uma forma de estragar tudo, principalmente quando o que sentimos é tão inexplicável e bom. Diante disso, eu bem sei que você já tem minha confissão, da mesma forma que eu tenho a sua. 

Negação e indecisão pertencem a nós dois. Sempre difícil entender o seu motivo quando estou em pauta. Mas fácil enxergar o que você não quer mostrar. Aquele olhar, que parece tentar enxergar minha alma e não apenas o que está a sua frente; aquele toque, que parece estar sempre acompanhado de uma necessidade embriagada de conhecer cada centímetro do meu corpo; aquele abraço, que prende como se quisesse dizer que ainda falta alguma coisa; e, por fim, o beijo. Em cada um deles, uma confissão diferente. Ora cuidado, ora desejo. Mas em todos eles a mesma fluidez e leveza que confundem nossas mentes sobre o começo e o fim de tudo, como se fosse algo tão certo que apenas o momento importasse. Difícil explicar. E é aqui que as palavras apenas estragam tudo.

Estamos bem assim. No fundo, eu sinto que "tudo vai dar certo", da maneira mais clichê que possa existir, e que nós estamos exatamente onde deveríamos... finalmente.