sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Você. . .

Não falar de mim. Não falar de mim. Não falar de mim.

Preciso repetir isso todos os dias para não estragar as coisas. Tenho meus segredos (segredos mesmo), mas não pretendo contá-los a ninguém. Talvez todos saibam e finjam para mim. Não importa. Não vou falar de mim.

O que eu queria era falar de você, falar para você. Falar que não importam os altos e baixos, não importam os momentos ruins que todos têm, não importa se às vezes me sinto descuidada. O que importam são os momentos bons, os sorrisos que me doa, os beijos que sempre me dão uma sensação a mais. O que importa é você, sempre foi você! Porque quanto mais você tiver, mais eu terei ao acompanhá-lo. Porque é você que me diz em silêncio o quanto sou fortemente boa e amada, mas também sensível e mandona. Eu preciso mudar por você, como você mudou por mim. E eu estou mudando.

Então não me deixe agora. Tenha um pouquinho de paciência que tudo se ajeita. Minha vida se ajeita, meu eu toma rumo. Ele vai melhorar um dia. Por enquanto está feliz com você. Então fica assim, comigo, abraçadinho. Se soltar, eu te pego de novo! Mas não briga comigo não, não se irrite pela minha carência.

É que tudo me importa, é que tudo me alimenta. Eu preciso separar o que me faz bem, mas todos precisamos. Então me faça bem e me deixe tentar ao seu lado. Eu te amo, sabe...

domingo, 25 de novembro de 2012

Medo. . .

Toda vez que tento fazer algo que me parece bom, acabo estragando tudo. Às vezes tenho vontade de terminar isso tudo, mas sou tão egoísta que não consigo fazê-lo. A gente ama a pessoa e só atrapalha a vida dela, pode isso? Aí você diz que vi ignorá-la, como se ela fosse ficar hiper feliz com isso, mas você sabe que o que vai acontecer é ela ficar mais puta com você e com sua infantilidade, com sua intromissão e com sua língua grande demais. Mas o que fazer? Ser uma pessoa que não liga, que ouve os problemas dela, mas não tenta ajudar? Ou continuar sendo você, pensando em como melhorar a situação, e irritando-a ainda mais?

Eu não faço a mínima ideia, mas eu sei que a vontade de jogar tudo pro alto às vezes não é apenas minha. O problema é que eu tenho medo disso. Não pelo que vai ser, porque eu vou continuar sem autoestima e sem expectativas por um bom tempo, já é de se esperar. Não pela sua vida, com quem você vai estar da próxima vez (porque isso, na verdade, seria bom pra você). Mas o medo é real, porque o que a gente vive é real. O medo existe por saber que posso perder alguém que eu amo, mas que isso não precisa necessariamente acontecer.

Não vou falar do meu egoísmo, porque ele vai continuar existindo mesmo. Não quero falar do meu medo, porque ele não pode te influenciar a viver algo que não queira. Não vou falar dos meus problemas - TODOS temos problemas causados por outras pessoas ou por nós mesmos - porque devemos ser iguais num relacionamento, e pelo que parece isso é irritante.

Quando você já fez de tudo pra ajudar, e conseguiu apenas a mesma resposta negativa, significa que é o momento de parar. Não porque seja certo, mas porque o outro tem sua liberdade de ser, e você tem o direito de não ser mais julgado. É complicado, porque o que eu queria era a minha felicidade também. Então, continuemos tristes em alguns momentos da vida. Continuemos sem ter alguém pra compartilhar nossos sentimentos. Continuemos menos que amigos e mais que estranhos, porque um namoro que não te ajuda a crescer, superar seus medos, e ter de volta o que você perdeu de bonito na vida, serve apenas pra trazer uma felicidade momentânea de sexo ou de companhia silenciosa. E, reformulando minha hipótese: que eu continue assim.

Que raiva de mim! Que raiva do meu jeito de ser! Que raiva da minha covardia incompetente! Eu poderia nunca ter feito nada, poderia ter escolhido outra vida, longe de tudo, desde o começo. Eu poderia ser orgulhosa a ponto de não conseguirem me ferir. Eu poderia ser idiota e mesquinha a ponto de querer um relacionamento aberto desde o começo pra não ter que me dedicar a ninguém, e não insistir para que se dedicassem a mim também. Mas não! Eu não fiz nada disso.

Sabe quando você não pode consertar o que fez, mas também não sabe como recuperar o que foi perdido? É mais ou menos por aí. E, na sua mente, a única "solução" é se matar mesmo. Mas nem pra isso eu sirvo. Tenho medo de altura, sei que posso não obter êxito com remédios, e me enforcar já deu errado uma vez. Por que? Porque eu sou medrosa. Mas como você continua vivendo quando o que você mais quer é morrer? 

Você não quer viver, mas também não quer deixar de estar com a pessoa. O encantamento da relação já deve ter acabado pro outro, assim como a autoestima dos dois. O jeito é ceder mais uma vez. Viver sem querer, enquanto for necessário; tentar ouvir e ajudar sem se intrometer; e descobrir que a felicidade não tem de ser como queremos, mas que devemos ser felizes pelo sorriso do outro.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Rejeição. . .

Quando aconteceu pela primeira vez, eu deixei passar. Você tinha suas dúvidas e dívidas com o semi-passado. Tudo bem, nada pessoal.

Mas aconteceu novamente. E, da segunda vez, eu percebi que o problema era comigo também. E eu me desesperei por não saber o que fazer. E eu chorei por passar por aquilo e realmente não ter opções. 

Poderia ser tudo muito diferente se a segunda vez não tivesse ocorrido. Eu entendi o quanto uma palavra pode afetar o universo de outra pessoa. Só me restava rezar para que o universo te mostrasse isso também.

Infelizmente, eu me tornei a médica e a monstra de mim mesma.

sábado, 17 de novembro de 2012

Um sonho

"Ando pelas ruas de Paris. Fico paralisado ao ver mulheres e crianças chorando ao procurarem abrigo. É muito difícil encontrar um local seguro neste momento. Não posso ajudá-los, então corro. Sei que em meu lar alguém espera por minha ajuda, então eu vou. Passo por carros e homens armados, ouço gritos e choro. Uma multidão desesperada é tudo que vejo."

Não sei meu nome, não sei como vim parar aqui. Sou uma mulher bonita, com uma situação financeira positiva, dentro de uma casa antiga e bela. Algo me diz ser Paris. Visto-me e desço ao piano. Toco um pouco, enquanto a empregada vai para a cozinha. Estou triste, mas não entendo o motivo muito bem.

Vou até a janela da sala e vejo uma multidão desesperada. Sim, é tudo que vejo. Armas, gritos, choro. Homens, mulheres, crianças. Todos parecem sofrer. Eu pareço sofrer. Eu sofro. Espero por alguém com muita angústia e a imagem de um homem vem à minha mente. Com armas e um uniforme, ele parece ser bem humanitário, mas não faz sentido causar sofrimento a tantas pessoas. Talvez ele não cause, talvez apenas tente ajudar disfarçado.

Subo as escadas. Entro no meu quarto, e começo a pentear os cabelos. Ainda estou com minha camisola e meu casaco e, provavelmente, ficarei assim pelo resto do dia. Ouço passos pelo corredor e sei que é ele.

Ao entrar, ele sorri. É um sorriso triste, uma lamentação. Sou abraçada por ele e nos beijamos como se fosse a última vez. No fundo dos olhos dele, vejo minha imagem. Não sei nossos nomes, mas nos reconhecemos e nos amamos. Nos amamos como se fosse a última vez naquele quarto, naquela cama, naqueles braços. Digo que tenho medo de tudo que acontecerá, tudo já havia sido tão difícil. Mas ele apenas sorri, como se já soubesse o que iria acontecer. Isso me doí muito, isso faz uma lágrima solitária rolar pelo meu rosto. Não falamos nada, não nos declaramos, mas toda aquela situação é uma declaração muito maior. Tudo é intenso e, pela primeira vez, me sinto segura. Nos amamos ali... 

(...)

Acordo assustada, mas ao mesmo tempo feliz. Ele não está mais do meu lado, sorrindo pra mim. Eu não estou mais no mesmo quarto e agora sei muito bem quem sou. Lembrei que nos amávamos antes de eu acordar. Aquele foi mesmo a última vez.