quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Da minha conta. . .

Às vezes (na maioria delas) sou uma completa idiota. Eu falo coisas indelicadas demais com as pessoas que mais amo e, mesmo quando elas não se ofendem, eu me sinto mal, porque não importa a recepção, mas sim minha atitude errada. Eu fico nervosa com facilidade, principalmente quando tudo tá enchendo minha cabeça. O que anda enchendo minha cabeça não é novidade nenhuma também... Eu não gosto do meu corpo e estou me sentindo mal com ele. Apesar disso, entendo que cada pessoa tem seus problemas e os meus não são relevantes para ninguém mais. O problema do meu problema é não ter uma solução rápida e prática, talvez nem tenha nenhuma... Eu queria mais confiança, e só consigo resolvendo isso... Embora afaste as pessoas, o que eu queria era aproximação e ajuda. 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Você. . .

Não falar de mim. Não falar de mim. Não falar de mim.

Preciso repetir isso todos os dias para não estragar as coisas. Tenho meus segredos (segredos mesmo), mas não pretendo contá-los a ninguém. Talvez todos saibam e finjam para mim. Não importa. Não vou falar de mim.

O que eu queria era falar de você, falar para você. Falar que não importam os altos e baixos, não importam os momentos ruins que todos têm, não importa se às vezes me sinto descuidada. O que importam são os momentos bons, os sorrisos que me doa, os beijos que sempre me dão uma sensação a mais. O que importa é você, sempre foi você! Porque quanto mais você tiver, mais eu terei ao acompanhá-lo. Porque é você que me diz em silêncio o quanto sou fortemente boa e amada, mas também sensível e mandona. Eu preciso mudar por você, como você mudou por mim. E eu estou mudando.

Então não me deixe agora. Tenha um pouquinho de paciência que tudo se ajeita. Minha vida se ajeita, meu eu toma rumo. Ele vai melhorar um dia. Por enquanto está feliz com você. Então fica assim, comigo, abraçadinho. Se soltar, eu te pego de novo! Mas não briga comigo não, não se irrite pela minha carência.

É que tudo me importa, é que tudo me alimenta. Eu preciso separar o que me faz bem, mas todos precisamos. Então me faça bem e me deixe tentar ao seu lado. Eu te amo, sabe...

domingo, 25 de novembro de 2012

Medo. . .

Toda vez que tento fazer algo que me parece bom, acabo estragando tudo. Às vezes tenho vontade de terminar isso tudo, mas sou tão egoísta que não consigo fazê-lo. A gente ama a pessoa e só atrapalha a vida dela, pode isso? Aí você diz que vi ignorá-la, como se ela fosse ficar hiper feliz com isso, mas você sabe que o que vai acontecer é ela ficar mais puta com você e com sua infantilidade, com sua intromissão e com sua língua grande demais. Mas o que fazer? Ser uma pessoa que não liga, que ouve os problemas dela, mas não tenta ajudar? Ou continuar sendo você, pensando em como melhorar a situação, e irritando-a ainda mais?

Eu não faço a mínima ideia, mas eu sei que a vontade de jogar tudo pro alto às vezes não é apenas minha. O problema é que eu tenho medo disso. Não pelo que vai ser, porque eu vou continuar sem autoestima e sem expectativas por um bom tempo, já é de se esperar. Não pela sua vida, com quem você vai estar da próxima vez (porque isso, na verdade, seria bom pra você). Mas o medo é real, porque o que a gente vive é real. O medo existe por saber que posso perder alguém que eu amo, mas que isso não precisa necessariamente acontecer.

Não vou falar do meu egoísmo, porque ele vai continuar existindo mesmo. Não quero falar do meu medo, porque ele não pode te influenciar a viver algo que não queira. Não vou falar dos meus problemas - TODOS temos problemas causados por outras pessoas ou por nós mesmos - porque devemos ser iguais num relacionamento, e pelo que parece isso é irritante.

Quando você já fez de tudo pra ajudar, e conseguiu apenas a mesma resposta negativa, significa que é o momento de parar. Não porque seja certo, mas porque o outro tem sua liberdade de ser, e você tem o direito de não ser mais julgado. É complicado, porque o que eu queria era a minha felicidade também. Então, continuemos tristes em alguns momentos da vida. Continuemos sem ter alguém pra compartilhar nossos sentimentos. Continuemos menos que amigos e mais que estranhos, porque um namoro que não te ajuda a crescer, superar seus medos, e ter de volta o que você perdeu de bonito na vida, serve apenas pra trazer uma felicidade momentânea de sexo ou de companhia silenciosa. E, reformulando minha hipótese: que eu continue assim.

Que raiva de mim! Que raiva do meu jeito de ser! Que raiva da minha covardia incompetente! Eu poderia nunca ter feito nada, poderia ter escolhido outra vida, longe de tudo, desde o começo. Eu poderia ser orgulhosa a ponto de não conseguirem me ferir. Eu poderia ser idiota e mesquinha a ponto de querer um relacionamento aberto desde o começo pra não ter que me dedicar a ninguém, e não insistir para que se dedicassem a mim também. Mas não! Eu não fiz nada disso.

Sabe quando você não pode consertar o que fez, mas também não sabe como recuperar o que foi perdido? É mais ou menos por aí. E, na sua mente, a única "solução" é se matar mesmo. Mas nem pra isso eu sirvo. Tenho medo de altura, sei que posso não obter êxito com remédios, e me enforcar já deu errado uma vez. Por que? Porque eu sou medrosa. Mas como você continua vivendo quando o que você mais quer é morrer? 

Você não quer viver, mas também não quer deixar de estar com a pessoa. O encantamento da relação já deve ter acabado pro outro, assim como a autoestima dos dois. O jeito é ceder mais uma vez. Viver sem querer, enquanto for necessário; tentar ouvir e ajudar sem se intrometer; e descobrir que a felicidade não tem de ser como queremos, mas que devemos ser felizes pelo sorriso do outro.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Rejeição. . .

Quando aconteceu pela primeira vez, eu deixei passar. Você tinha suas dúvidas e dívidas com o semi-passado. Tudo bem, nada pessoal.

Mas aconteceu novamente. E, da segunda vez, eu percebi que o problema era comigo também. E eu me desesperei por não saber o que fazer. E eu chorei por passar por aquilo e realmente não ter opções. 

Poderia ser tudo muito diferente se a segunda vez não tivesse ocorrido. Eu entendi o quanto uma palavra pode afetar o universo de outra pessoa. Só me restava rezar para que o universo te mostrasse isso também.

Infelizmente, eu me tornei a médica e a monstra de mim mesma.

sábado, 17 de novembro de 2012

Um sonho

"Ando pelas ruas de Paris. Fico paralisado ao ver mulheres e crianças chorando ao procurarem abrigo. É muito difícil encontrar um local seguro neste momento. Não posso ajudá-los, então corro. Sei que em meu lar alguém espera por minha ajuda, então eu vou. Passo por carros e homens armados, ouço gritos e choro. Uma multidão desesperada é tudo que vejo."

Não sei meu nome, não sei como vim parar aqui. Sou uma mulher bonita, com uma situação financeira positiva, dentro de uma casa antiga e bela. Algo me diz ser Paris. Visto-me e desço ao piano. Toco um pouco, enquanto a empregada vai para a cozinha. Estou triste, mas não entendo o motivo muito bem.

Vou até a janela da sala e vejo uma multidão desesperada. Sim, é tudo que vejo. Armas, gritos, choro. Homens, mulheres, crianças. Todos parecem sofrer. Eu pareço sofrer. Eu sofro. Espero por alguém com muita angústia e a imagem de um homem vem à minha mente. Com armas e um uniforme, ele parece ser bem humanitário, mas não faz sentido causar sofrimento a tantas pessoas. Talvez ele não cause, talvez apenas tente ajudar disfarçado.

Subo as escadas. Entro no meu quarto, e começo a pentear os cabelos. Ainda estou com minha camisola e meu casaco e, provavelmente, ficarei assim pelo resto do dia. Ouço passos pelo corredor e sei que é ele.

Ao entrar, ele sorri. É um sorriso triste, uma lamentação. Sou abraçada por ele e nos beijamos como se fosse a última vez. No fundo dos olhos dele, vejo minha imagem. Não sei nossos nomes, mas nos reconhecemos e nos amamos. Nos amamos como se fosse a última vez naquele quarto, naquela cama, naqueles braços. Digo que tenho medo de tudo que acontecerá, tudo já havia sido tão difícil. Mas ele apenas sorri, como se já soubesse o que iria acontecer. Isso me doí muito, isso faz uma lágrima solitária rolar pelo meu rosto. Não falamos nada, não nos declaramos, mas toda aquela situação é uma declaração muito maior. Tudo é intenso e, pela primeira vez, me sinto segura. Nos amamos ali... 

(...)

Acordo assustada, mas ao mesmo tempo feliz. Ele não está mais do meu lado, sorrindo pra mim. Eu não estou mais no mesmo quarto e agora sei muito bem quem sou. Lembrei que nos amávamos antes de eu acordar. Aquele foi mesmo a última vez.

sábado, 22 de setembro de 2012

"Se se morre de amor. . ."

"Não, não se morre." Já disse Gonçalves Dias. 

Eu tentei. Bloqueei quaisquer sentimentos - era a possibilidade final. Como posso falhar tanto? Se eu me exalto, se eu mesma destruo meus planos, se eu não consigo segurar o nó na minha garganta, isso já era de se esperar. O incrível é que, dessa vez, eu não tenho mais o que esperar.

Eu fingi ter me destruído para ser alguém "melhor", mas, agora, foi você que me destruiu. É possível que dê certo, afinal, não é meu plano... Eu queria fazer alguém feliz, mas como posso me sentir feliz ao lado de alguém que me ama mais que a si mesmo, a ponto de não enxergar nenhuma qualidade sua? Eu só queria o "meio-termo" de tudo. Alguém que se amasse acima de qualquer outra pessoa, mas que soubesse também me valorizar. Sim. Não precisa ser um gênio pra saber que fui eu que errei esse tempo todo. Eu não quis seguir suas regras. Eu revivi todos meus pesadelos por conta própria. Eu quis ser mais bem quista que a outra. E tudo isso é inveja, ciúme, egoísmo. De onde eu venho, esses atributos não são qualidades.

Você me pede coisas, eu exijo explicações. Você não dá nenhuma e, pelo contrário, faz o pedido parecer sem sentido. Mas no fundo eu enxergo o sentido. É a sua vida, sempre sem restrições, sempre tratando todo mundo igualmente. Eu nunca deveria ter exigido atitudes ou explicações. 

Eu me olho no espelho e tenho vergonha do que eu me tornei. Eu tenho vergonha de tudo que fiz e do que fizeram comigo. Esse despertar é angustiante demais. De um lado está o que eu sinto por você e que nem eu mesma sei explicar, por mais que você exija uma explicação palpável e coerente. Do outro lado, o que eu fiz você sentir por si mesmo e que me destrói a cada pedido de desculpa. 

Eu nunca quis ir embora. Quero menos ainda agora. Mas eu preciso ter uma atitude boa que seja nessa vida. Pelo menos uma vez eu preciso não ser egoísta a ponto de atrapalhar a sua vida. Com o tempo você vai se consolar e encontrar alguém - não acho isso tão difícil quanto você supõe. Isto é até bonito: saber a hora de ir embora para que alguém seja feliz. Mas é triste, sabe, bem triste.

Às vezes a vida toma uma direção muito diferente do que a gente espera. Sei lá, comigo foi assim. Foi inesperado você chegar e é inesperada a forma de ir embora. Nunca foi meu objetivo, mas às vezes eu magoo mesmo as pessoas. Eu não tenho do que reclamar. Pra quem tinha planejado viver sozinha da última vez, essa pausa foi bem aproveitada e, no final dos dias, vai ser motivo de sorrisos, de boas lembranças. Mas é isso, acho que eu nasci mesmo pra viver só. Não sozinha de pessoas, porque eu preciso delas no meu dia-a-dia mais do que elas precisam de mim. Mas só de mim mesma, como a minha mãe é. 

Só tem duas coisas que eu quero agora. Uma é ver você feliz e, quem sabe, isso não faça parte de algo maior - um efeito dominó de felicidade. No começo eu vou sofrer, mas isso passa, o egoísmo vai passar também. Isso é o que eu mais quero! A outra é indefinível. Quero força pra ir embora, pra passar por cima da minha vontade de ficar. Talvez dormir como se fosse para sempre, ignorar. Seria infantil da minha parte, mas é que não sei fazer essas coisas. Da última vez que eu fiz foi tão ruim que eu quase me afoguei. Eu não posso sair andando pelo mundo, dormir para sempre, ignorar você... Quero algo que me deixe em paz e deixe todos em paz, algo que me leve para outro lugar. Eu nunca vou querer partir...

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Consciente. . .

De repente, eu percebi que sou ridícula. Ridícula por criar expectativas em relação às pessoas, em relação à mim mesma. Acho que toda a mentira que eu tenho vivido é essa. A de imaginar que pelo menos o amor consegue ser perfeito, correspondente em ações e pensamentos. E é justamente por ser tão criativa que tenho sofrido há anos, imaginando algo que pode ser, mas que nunca é pra mim.

De repente, nós resolvemos tudo. Resolvemos mudar por nós mesmos. E eu peço desculpas a você como quem pede desculpas a si mesma. Como mulher, humana que sonha. Peço desculpas ao que resolvi abandonar agora. Mas sabe como é, não compensa mais. A vida, as nossas concepções e percepções, os fatos, tudo isso só me faz querer ser mais objetiva. Se eu ainda assim não for feliz, paciência, mas, pra quem chegou no seu limite de esperança, não custa a tentativa. E a você, esperança, peço desculpas imensas também.

Que de hoje em diante eu saiba rir na felicidade e na tristeza. Que a indiferença preencha minha vida. Que seu sorriso não me encante, que seu abraço seja apenas meu amigo e que seu corpo seja apenas atrativo biológico para manutenção da nossa espécie, que se depender de mim não existirá. Que eu não fique tão ansiosa ao saber que vamos nos ver, que minhas pernas não tremam e que eu não gagueje mais ao te ver tão próximo, que eu não chore mais por nada que venha (ou não venha) de você. Que eu aguente o meu tédio sozinha, que eu corra atrás dos meus sonhos sem esperar ninguém na linha de chegada. Que eu seja auto-suficiente para me doar àqueles que tanto amo. Quero que puxem meus cabelos, meus braços, minhas pernas, meu coração doente, minha alma. Quero que levem tudo de mim, para que eu não possa me ocupar de ser eu mesma. Porque ser eu mesma nesse mundo é muito ruim e dói. 

Quero que meu egoísmo seja transformado em amor e transforme então outras vidas. Quero fingir que esqueci todo meu passado. Quero me desapegar. 

Eu percebi que admitar tudo o que sou, por pior que eu seja. Quero ver você feliz comigo e sem mim, sem ao menos ajudar na escolha. 

De repente, a gente percebe que o melhor é viver, até que um dia qualquer seja finalmente o último e, como todos os outros, passe despercebido.

terça-feira, 17 de julho de 2012

À minha vontade. . .


Queria conhecer alguém que me salvasse do mundo, que não me fizesse pensar coisas ruins. Queria que me achasse única e só tivesse olhos pra mim. Queria que se apaixonasse por mim e logo me incluísse em sua vida, em sua rotina, em seu lar. Queria momentos em silêncio, cartas, poemas. Queria não ter de pedir nada, queria não ter de justificar coisas tão materialistas para quem não entende. Queria que tivesse significado não só para mim. Queria que o tempo passasse feliz...

Nos conhecemos, me apaixonei, nos reconhecemos. Nessa ordem, mas numa escala de tempo maior.

E, agora, eu simplesmente queria ter sido digna de tudo isso.

sábado, 2 de junho de 2012

If this ain't love, then what is?


Fiquei morrendo de preocupações por uma coisa que nem vai acontecer, por um "adeus" que nem vai existir. Mas o pior de tudo foi ficar pensando depois como seria se acontecesse. Eu não sei mais o que é ser forte ou fraca, não sei mais se meus objetivos são os melhores... Talvez eu refaça meus planos, talvez eu desista de tudo, talvez o melhor seja continuar assim. Mas como saber o que é melhor?

Minha capacidade de estragar tudo me surpreende sempre. Eu sei o quão ruim é ficar perto de pessoas constantemente inseguras, tristes. Posso até fazer algo bom às vezes, mas sei que a chatice faz parecer que não reconheço seus acertos. Até eu sinto isso, mas é tão mais forte que eu mesma.

Quando algo que me faz mal, eu acabo falando. Em um determinado momento - lê-se limite- eu explodo. Mas isso é chato, eu sei que é muito chato, assim como eu sei que seria muito infeliz se você me deixasse, ou se eu fosse obrigada a deixá-lo.

Minha vontade era encontrar uma mulher perfeita fisicamente, psicologicamente e moralmente. Sabe aquela que só existe nos seus sonhos? Pois é. Eu já anotei tudo, só precisaria encontrá-la. Aí eu contaria tudo que sei sobre você, ela se apaixonaria e eu iria deixá-la de presente na porta da sua casa. Eu iria embora do mundo, partiria pra Júpiter, quem sabe, mas deixaria com você o melhor de todos os presentes e ela seria tão perfeita que garantiria sua felicidade desde o primeiro instante. Talvez até seus discursos seriam reformulados, quando encontrasse a mulher dos seus sonhos.

Acho que seria o maior acerto da minha vida e o melhor pedido de desculpas por errar tanto.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

kiss me, beneath the milky twilight...



Algumas coisas parecem ficar cada vez mais distantes e difíceis. Algumas pessoas surgem, outras se vão. Algumas te desapontam ao longo do tempo e fazem todos seus planos falharem de uma só vez. Fazem você se sentir tão incapaz e insuficiente, como se servisse apenas como substituta. Não, você não tem nada demais pra ter seu lugar próprio, pra ter reconhecimento. Como toda substituição, você está ali apenas para preencher um buraco, e o que a pessoa sente por você não é amor. É tudo uma questão de gratidão, dependência, porque se você também for embora, é ela que vai novamente se sentir insuficiente.

Alguns casos aleatórios me surpreendem. Pessoas fazendo por outras coisas inimagináveis. Se doando de verdade e sem interesse! Esses casos me dão tanta inveja, mas inveja de corroer, sabe... Porque eu sempre quis uma vidinha assim, sempre idealizei as coisas. 

Sabe o que parece? Parece que eu sempre estive no lugar errado, na hora errada. Uma vez eu planejei minha vida e pensei ter encontrado tudo que eu mais queria. Foi aí que soltaram as rédeas do meu cavalo... Depois disso, nada foi como eu parecia ter. Nunca mais encontrei minhas idealizações em ninguém - e provavelmente nunca encontrarei - mas a minha intuição diz que o meu simétrico existiu. O problema é que também soltaram as rédeas do cavalo dele...

E assim a vida vai passando... Eu me sinto mais chata, medíocre e egoísta com o passar do tempo, mas me sinto cada vez mais indiferente também. É ruim sentir esse "des-sentimento", sempre tive medo de chegar nessa fase. Eu cheguei! O que eu faço agora? Eu tô esperando alguém me dar essa resposta. Tô esperando mesmo! Se você souber, me ensina, pelo amor de deus...

Eu não aguento mais pensar em 1098208 coisas diferentes ao mesmo tempo. Tudo que foi feito, dito, deduzido... A culpa não é do presente, não mesmo. O culpado é nosso passado, por ter me transformado numa pessoa insegura, sem esperança e sem autoestima. E você? Sei lá, talvez por ser bom demais e aumentar tudo isso dentro de mim. Talvez por ter se perdido de você mesmo e não saber. Ou talvez eu tenha criado uma imagem sua mesmo, mas acho meio improvável que seja só isso, entende?

Eu cansei de ser sempre a substituta. Às vezes só as palavras não são suficientes. É algo natural do ser humano se preocupar apenas com o lado ruim de tudo e com a falta de atitude. Isso se chama carência. Eu sou carente! Todos somos, mesmo que em um nível menor. 

Eu não peço que as pessoas sejam como eu sempre quis. Quero mais que se sintam à vontade pra serem o que quiser comigo, mas isso não significa que estarei feliz. Eu estarei bem, por proporcionar coisas boas às pessoas, mas não quer dizer que estou recebendo em troca. Cada um oferece aquilo que pode e quer, mas se você não quer realmente me entender, me ouvir e morrer de preguiça dos meus argumentos, não finja que se preocupa. Não diga que me entende, porque você não entende. Você nunca me ouviu por dentro de verdade. Se poupe e poupe meu coração também...

Eu prefiro ser indiferente comigo mesmo, não ligar pra minha própria tristeza, que dar murro em ponta de faca, tentando explicar o inexplicável às pessoas, achando que elas vão me entender e interiorizar aquilo. Como se de repente eu fosse viver um conto de fadas com direito a vestidos, cavalos e príncipe encantado.

Eu sei o quão errado é ficar comparando as pessoas e suas relações, mas eu comparo sem perceber. Na verdade, eu até sei porque isso acontece. É o buraco do meu peito agora reclamando, querendo ser preenchido e valorizado... Mas eu sei que muitas pessoas gastam em pouco tempo e com apenas uma pessoa todas suas virtudes e aí, se não dá certo, acabou. Eu poderia ter passado por isso, mas sempre tive energia demais pros outros. O problema é quando a minha energia vai se esgotando e eu não encontro em quem mais preciso uma fonte de renovação.


Talvez, se eu tivesse entrado na sua vida depois daquele momento, as coisas seriam diferentes e melhores. Ou talvez nem tivessem acontecido. Entrei sabendo o que você sentia e confirmando após um mês que a mudança seria bem gradativa, porém, nesse tempo, soube de muitas coisas que não me pertenciam - coisas que aconteceram e obviamente o significado de algumas pessoas pra você. Não consigo acreditar que você não sente mais nada, não consigo não comparar, e o pior, não consigo não me sentir inferior quando isso tudo acontece.

Ok. Algumas coisas começam erradas mesmo, mas a vida é uma senóide, com infinitas cristas e vales... O que começa errado, na minha opinião, pode se readequar e se tornar perfeito dentro do possível. O que eu quero é saber quando meu momento "vale" irá passar. E não adianta passar por um ou dois dias, tem que passar de vez. Porque cada vale tem sua razão de existir, e eu ainda tô parada no mesmo vale há um bom tempo. Quero outros motivos para ficar pra baixo e então correr atrás e alcançar as melhores coisas da vida. Pra isso, eu preciso sair dessa imobilidade ridícula...

Às vezes penso como teria sido, se há alguns meses atrás, eu tivesse tomado decisões diferentes. Já concluí várias vezes que seria um porre, até porque seria negar algo que eu quis há quase dois anos atrás. Seria fugir do que antes eu perseguia. Enfim, não tô triste por estar triste, mas sim por não conseguir ser feliz. Por todas lembranças, perdas, comparações... por tudo que eu não posso te dar e por tudo que eu queria receber de você.

E o que eu queria? Que você me visse de outra forma, que você tentasse pelo menos se aprofundar e fazer um pouco mais por mim. Não que eu mereça! Tudo é apenas vontade e tem explicação. Queria receber tudo que eu nunca tive e viver momentos que eu nunca vivi com ninguém especial, mas que eu tenho certeza que você já viveu.

Já me iludiram. Já arrancaram sorrisos meus com um "oi" no meio da madrugada e outras tantas coisas fofas. Eu queria ter novamente essas coisas fofas, mas sem ilusão, entende? Eu queria me comparar e não me sentir menos importante, ou menos suficiente, ou menos especial. Porque não é assim que vejo você. A maioria das coisas que fizemos são tão exclusivamente nossas, que você pode e deve se achar a pessoa mais suficiente e especial do meu mundo pra mim.

Ninguém é obrigado a fazer minhas vontades ou realizar meu sonhos, mas se não tem como ser espontâneo, eu peço, porque dói muito mais sentir tudo isso... Não precisa se sentir mal por isso, incapaz... Só estou contando e justificando minhas necessidades psicológicas. Não preciso que você se culpe por isso, mas que perceba o potencial que tem de fazer a diferença na minha vida com os gestos mais simples.

Eu não sou dessa época e aceito esse fato desde criança. Minha concepção de amor e romantismo são bem diferentes da nossa geração e da que está por vir, mas não tem o que fazer... E se você não for bom com associações, talvez nem um texto gigante como esse seja capaz de explicar.