quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Quando o adeus se faz necessário. . .

Não foi por falta de amar, mas de sentir o amor do outro. Não foi por perder a esperança, mas por reconhecer que nessa luta incessante, e totalmente cansável, perdia minha essência. Não foi por nada, mas foi por tudo. Foi por mim.


Chega um momento do relacionamento em que a estabilidade das emoções começa a mostrar a falta de encantamento e paixão. É verdade que a paixão dura menos de 2 anos e, talvez com a convivência diária, dure no máximo 6 meses. 


A rotina é sufocante. Em meio a tantas crises de ansiedade, em nada pude me agarrar, com nenhum abraço pude contar espontaneamente. Falta de diálogo, cara emburrada, eu esperando na sala pra jantar enquanto você ia pro quarto sem mesmo dar uma satisfação. E isso se repetia. E nem sempre eu sabia o motivo. 


Mais crises de ansiedade, mais sentimento de impotência e mais perguntas como “O que eu fiz?”, “Por que isso acontece comigo?”.


Já perdi as contas de quantas lágrimas derramei nesse processo, sem entender o que de fato você e a vida queriam de mim. 


Naquela noite, não tive oportunidade de entender o que estava acontecendo, só recebi seu silêncio e me calei com ele. A dor que ardia no peito só eu senti, a vontade de não existir em cada respiração também. Enquanto chorava, veio uma vontade de rir sem felicidade nenhuma dentro de mim, apenas pelo vago pensamento “Como pude me deixar nessa situação novamente?”.


O que sei é que o amor não deveria ser assim, nem nos fazer sentir essas coisas. O frio na barriga causado pela paixão acabou, como era de se esperar, mas não deu lugar ao quentinho do coração. 


Talvez eu não saiba mesmo amar. Talvez eu não mereça o amor. Talvez, talvez e talvez. Mas estou cansada de viver essas dúvidas. Quando o adeus se faz necessário, é preciso resignação e muito amor para partir.

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Sem título

Um texto cheio de nada. Sem título, sem intenção, sem convicção.

Acho que é a primeira vez em que isso acontece. A primeira vez em que busquei meu computador para escrever e não consegui sair da primeira linha por mais de 15 minutos. A vontade de rever textos e, consequentemente, momentos existia. A vontade de externalizar o que estou sentindo também. Que situação inesperada e difícil, meu Deus!

Dentro de mim, uma mistura de sentimentos, mas, ao mesmo tempo, uma enorme neutralidade em relação a todos eles. Me sinto anestesiada. 

Passei alguns minutos refletindo sobre minha vida, sobre o que penso em relação à felicidade - ou sobre a impossibilidade em alcançá-la - enfim, sobre como as coisas às vezes estão tão longe do que imaginamos.

Em toda minha vida, na maior parte do tempo, eu nunca acreditei estar no tempo certo de nada. E, hoje, foi essa a sensação que me dominou, e, ao mesmo tempo, me anestesiou. 

Talvez seja por isso, pela anestesia, que surgiu um texto tão cheio de "nada". E, também provavelmente por isso, essas ideias desconexas não terão forma definida amanhã quando eu acordar. Me sinto agora como um rio, por onde passam todas as coisas... Essa ideia do rio permite toda essa desconexão, toda fluidez de ideias que me atravessam do corpo à alma, rumo a lugar nenhum. Em paz. 

E eu não quero escrever sobre nada do que aconteceu hoje. Não quero escrever sobre ninguém além de mim mesma. Não quero entender nenhuma angústia ou desengano. Não quero sentir saudades do passado, tampouco fazer planos para o futuro. Não quero compreender meus sentimentos e frustrações. Não quero corrigir nada.

Agora só consigo pensar nas duas últimas frases que ouvi há poucos minutos de alguém que eu acredito amar:

"O que você quer que eu faça?", "O que isso tem a ver com você?"

E a resposta vai ser sempre a mesma: nada. Não quero que você faça nada porque não podemos mudar o passado. E isso não tem nada a ver comigo, mesmo quando tem tudo a ver. 

Nada, nada, nada.

Ah, que eu seja mais como o rio. Amém.



domingo, 12 de junho de 2022

Sobre estar em paz. . .

Eu poderia começar a falar de mim, como eu fiz na sessão de terapia com a Teresa… falar do meu passado, falar das minhas feridas, principalmente daquelas que ainda estão tão abertas, falar do que me faz mais feliz. E eu poderia muito bem estar cantando mentalmente agora toda trilha sonora da minha vida. 

Mas, enquanto eu começava esse texto, eu percebi que tudo que eu não queria era falar disso. Eu percebi o quão saturada eu estava desses assuntos e desses sentimentos.

E foi aí me veio esse trecho na cabeça “Do you believe in life after love?” 

Essa música fala muito sobre mim, e, tirando o fato de ela ser sobre despedidas, do amor e de si mesmo, a pergunta principal se encaixa demais no momento em que estamos vivendo.

Eu não faço ideia se acredito em uma vida depois do amor… eu nem sei exatamente o quanto eu conheço de amor. E olha que conheço o bastante sobre muitas coisas. E eu acho isso tudo muito engraçado as vezes…

Eu fiquei dias pensando em te mostrar esse texto, em te mostrar um lado que talvez nunca tenha mostrado pra ninguém (é, eu nunca mostrei pra ninguém mesmo), e eu queria fazer isso em um momento especial.

Eu me frustrei, confesso… pensei em desistir algumas vezes. Quis te propor coisas, e depois percebi que ainda não era tempo… mas a verdade é que a gente nunca sabe se vai ter um tempo certo.

Vamos lá… eu quero fugir do convencional, fugir do padrão que eu mesma tracei e que até hoje não deu certo. Eu quero hoje aceitar o que a vida está me oferecendo, o que você está me oferecendo, o que o Universo está berrando nos meus ouvidos sem parar só pra ver se eu finalmente dou atenção.

É… eu quero só aceitar o que está vindo por aí e doar um pouco de mim pra você… eu quero ser boa, quero ser melhor do que tentei ser até hoje, quero poder entregar mais do que a parte pesada da vida sobre a qual já conversamos.

Eu não sou boa nisso sempre.

E você sabe que é verdade aquilo de me fazer ser mais leve e enxergar as coisas boas da vida e das pessoas. Eu te agradeço por isso!

Eu agradeço ao Universo por me permitir viver esse amor. Pelo tempo que for possível. Pelo tempo que for necessário.

E, cara, como é difícil pra mim escrever sobre esse início… lembro de quando escrevi todos esses outros textos, desde aqueles sobre meus amores platônicos àqueles reais e fracassados, e eu sentia tristeza na maior parte das vezes, mas sabia que ficaria tudo bem.

E, agora, aqui, escrevendo esse texto, eu sinto uma gratidão imensa e um medo que não consigo explicar… E isso tudo é muito diferente pra mim, sabe? 

Enfim, hoje estou deixando nas suas mãos a minha vida em forma de palavras… e isso é o máximo que alguém poderia conhecer de mim, saiba disso. Eu estou aqui, vulnerável, me sentindo ridícula às vezes, mas eu estou aqui.

Eu quero estar aqui.

Infelizmente, não posso te oferecer mais que isso hoje. Mas acho que está tudo bem fazer uma pausa pra conhecermos um ao outro, não é? Pra mim, está tudo bem.

Eu vou parar por aqui porque não quero especulações. Vamos aos fatos da virginiana?

Você me ajuda a ser melhor. Você me irrita. Mas você também me faz rir pra caramba! O saldo final é positivo, relaxa. E eu só espero poder retribuir isso a você um dia.

Eu sempre fui passagem, lembra?

Pois é... Estou até evitando pensar nisso porque me faz chorar, mas, se tivermos que ser isso um pro outro, eu só quero que seja uma passagem bem bonita.

Ai, meu Deus! Eu te amo muito, amor!

De verdade.

domingo, 2 de maio de 2021

Do ser abusivo

Engraçado como você me veio hoje à mente dissociado de qualquer sentimento. Não havia amor, nem raiva, nem saudade. Apenas sua lembrança e de tudo que vivemos em tão pouco tempo. De tudo que eu aprendi em tão pouco tempo.

Responsabilidade afetiva.

Caramba! Você realmente me fez entender esse termo tão recorrente nos dias atuais e ainda tão pouco compreendido ou, quem sabe, muito negligenciado.

Você é doentio. Eu queria poder dizer isso diretamente a você pela amizade que tínhamos, talvez pelo carinho unidirecional da nossa relação. Eu queria dizer exatamente essas palavras e ser bem compreendida. Sem você tentando reverter a situação, sem você tentando me colocar no pódio da loucura, sem essa briga de egos e personalidades travadas no seu interior.

Hoje você me veio à mente e eu sequer consegui sentir no peito esperança por você e pela sua mudança. Só mudamos quando queremos. E só queremos quando entendemos ser necessário. Você ainda não entende, não é?

Paralelo a tudo isso, me lembrei de outro alguém. 

Alguém que veio depois de você, e me encontrou parcialmente refeita (nós nunca nos refazemos por completo). A semelhança em alguns comportamentos era notável: a necessidade de ser visto e bem quisto, o interesse pelo corpo e pela futilidade, a insistência em estabelecer vínculos baseados na imaturidade - talvez prevendo uma facilidade no processo. E, diante de tudo isso, esse outro alguém apenas despertou em mim ainda mais paixão. Eu me apaixonava a cada encontro, a cada carinho, e a cada vez que ouvia com clareza as palavras "eu não quero um relacionamento". 

É tênue a linha entre "ser abusivo" e "o ser abusivo". Às vezes, só percebemos a diferença após estarmos nas duas situações. E fica cada vez mais fácil ser o primeiro após ter lidado com o segundo. Algumas marcas ficam pra sempre, mesmo sendo ressignificadas. 

Nesse ponto particular de compreensão, pude deduzir que:

Você viveu um relacionamento abusivo e, estando fora dele finalmente, optou por ser o abusador

O outro alguém também viveu um relacionamento abusivo, mas hoje em dia está preocupado apenas em viver sua vida como quer, optando por não construir relacionamento nenhum e, dessa forma, se isentar de qualquer abuso - em algum momento, talvez alguém o faça mudar de ideia, mas existem grandes chances de essa pessoa não ser eu, o que me permite cuidar da minha própria vida sem sofrer por isso.

Percebe a diferença?

Com esse outro alguém eu tenho escolha. A decisão de me iludir, de achar que sou mais importante que outras pessoas e fatos, de acreditar que existirá algo maior entre nós, tudo isso está nas minhas mãos. Se sofro, é porque quero, de um jeito ou de outro.

E meu protagonismo é baseado nisso: também vivi (e parece ser cada vez mais fácil viver) um relacionamento abusivo. Em resposta, fui abusiva nesse mesmo relacionamento. Saí com feridas disso tudo. Opto todos os dias pela sinceridade, a fim de não magoar ninguém que se aproxima de mim com carinho e me ajuda a curar essas feridas todas. Por isso, eu entendo aquele outro alguém. Ele é o culpado por eu me apaixonar, mas não é o culpado por eu querer me iludir. O mesmo acontece comigo quando estou na posição dele.

Mas, em alguns momentos, eu ainda sou insegura e pratico abusos. E isso acontece quando me deparo com pessoas como você, que insistem em agir dessa forma. Porque eu não sou perfeita, nem estou totalmente refeita. 

E, exceto pelo seu jeito egoísta de levar a vida, está tudo bem.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Você. . .

Hoje tive vontade de escrever nossa história. Sem motivos, mas talvez com uma intenção inconsciente de lembrar como foi leve e maravilhoso, e como o fim pode ser sutil às vezes. Com você, foi como se não tivesse acabado, apenas se dispersado. E eu guardo tudo num espaço reservado do meu coração, por mais que não saiba mais como sentir o que foi tão fácil um dia... Foi um encontro de semelhantes que nada tinham em comum, exceto pela felicidade em ser de verdade. Fomos de verdade juntos. E, que pena, termos vívido em tempos diferentes.

Do começo:

Primeiro, soube da sua existência, num momento em que o foco da minha atenção estava em outra pessoa. Mas gostei de te ver, e de saber que tinha me observado também. Precisava falar com você, mas algo me afastava, e confesso que talvez tenha sido a impressão de uma grande diferença de idades. Logo descobri que estava errada, pois essa diferença era de oito anos. E, desde o primeiro contato, você foi gentil e empolgado, e tudo isso me encantou. Sua disponibilidade afetiva quebrou meus bloqueios, aqueles que eu alimentava há dois anos, e me fez querer estar disponível também.

Nos conhecemos numa noite incrível, que começou com seu show e terminou com nossas risadas na mesa de bar com seus amigos. E tudo aquilo foi tão familiar, tão a minha cara, que eu quis mais. Você foi fofo, e parecia não acreditar que eu estava ali, mas foi presente e vivo. De repente, aquela cidade universitária se mostrou muito mais próxima do meu estilo de vida, e eu só conseguia pensar no que eu poderia ter vivido durante todos esse anos. Não dava mais. Estava de partida. E partir no momento em que reconheci meu lar foi a situação mais incoerente da minha vida até aquele momento.

Nos reencontramos. Vivemos. Desejamos mais tempo. 

E, depois de uma semana, eu encontrei uma solução temporária. Comecei uma nova (e curta) etapa em outra cidade, que ficava entre minha antiga morada e minha cidade natal. E, assim, eu poderia ter o melhor dos dois mundos, pois ainda teria você. E eu sempre soube que você gostava de mim à sua maneira, com suas prioridades e seus sonhos. E eu sabia que eles talvez não me incluíssem. E eu também sabia que precisava viver e realizar meus próprios sonhos.

Foi assim que, após quase três meses, de idas e vindas, de você na minha vida em momentos únicos de comemoração, eu fui embora. Sim, você me fez viver muita coisa em pouco tempo, e eu nunca vou esquecer nossas conversas, risadas, planejamentos, enfim... foi bom compartilhar tanta coisa boa com você sempre que possível. 

Você não foi o único durante esse período e os meses que se seguiram, da mesma forma que eu não fui a única na sua vida. Mas eu gostava de você! Após anos bloqueando qualquer possibilidade de sentimento, temendo as frustrações, eu me senti pronta novamente. E eu quis te ver, por mais que minha vida fosse cheia e corrida, por mais que entre uma visita e outra fosse necessário mais de dois meses... Como eu era grata a você por me libertar.

Sim, eu estava disponível. E estava disposta a tentar. Eu aceitaria qualquer pedido romântico seu. Infelizmente, esse pedido nunca aconteceu. E eu não cheguei nem perto de me tornar uma prioridade na sua vida. 

Nesse momento, eu sabia: não teríamos um fim, então esse seria o fim possível pra nossa relação. Carinho, saudade e gratidão, foi o que senti e sempre sentirei com cada memória que tenha a ver com você. Impossível terminar algo que nunca começamos, mas “estacionamos” quando poderíamos “atravessar”.

Hoje (após um ano e meio disso tudo):

Nos falamos com uma frequência bem menor que antes, sobre assuntos não tão interessantes. Encontrei muitas pessoas pelo caminho e até tentei me permitir viver algo parecido com uma delas, mas não valeu a pena. Lembro que em uma dessas ocasiões, de conversas virtuais com você alcoolizado, recebi algo que guardei como uma declaração sua. Você acalmou meu coração quando reconheceu que sentia minha falta e sentia ciúmes da minha liberdade. E eu só conseguia achar graça da vida, pois, durante muito tempo, eu quis abrir mão dessa liberdade por você! 

Então conversamos, despejamos nossos sentimentos na mesa pela primeira vez, sem desvios, e sem esperar uma decisão no final. Falamos tudo, então nos calamos. Como sempre fizemos, não é mesmo?

E, mais uma vez, não tivemos fim.

Nos encontramos depois dessa conversa, como se nunca tivéssemos nos separado. Aproveitamos a companhia um do outro, e experimentamos o momento como se fosse o último. Como sempre. E, por melhor que tenha sido, a verdade é que no final sempre nos percebemos no mesmo lugar, estacionados.

Eu optei por seguir, viver, me permitir...


Com amor.

Tentação. . .

Difícil.

Acho difícil demais escrever sobre o que não é amor, e pior ainda sobre algo que não encontrou em mim definição. 

Essa relação incompleta, porém viva e forte entre a gente. Essa atração por tudo que nunca me chamou atenção. Talvez eu tenha visto além dessa carcaça, talvez tenha me rendido à intenção do seu sorriso. E tudo isso me fez bem por pouco tempo. 

Desejo pelo proibido. Foi assim.

E, após o desejo, veio o remorso. E isso foi quando a conheci, e tive empatia, e entendi que a culpa também era minha. Por te alimentar, por alimentar sua fantasia..

Não vou mentir: fomos bons juntos, fisicamente, por um tempo mínimo. Você não me amou, da mesma forma que eu nunca pretendi te amar. Na verdade, você era cansativo a longo prazo. Mas foi bom, se encaixou àquele momento da minha vida, me fez entender ainda mais as relações amorosas. 

Fui abandonada e abandonei outrora. Fui conquistada após me dispor para conquistas. Fui traída, e com você entendi como era fazer parte de uma traição. Fui a outra.

Nada mudaria na minha vida. Nenhum peso na consciência. Nenhum sentimento real por nós. Mas sentir empatia me fez recuar. É sempre mais fácil recuar quando a relação não se faz necessária. 

Adeus, tentação 

terça-feira, 7 de abril de 2020

1, 2, testando. . .

Me peguei pensando em você. E em quando tudo começou. E em quantas vezes passei por esse processo. Ahhh, você! Me transformando em troféu, mulher conquistada, mal sabendo que, no momento em que veio falar comigo, estava apenas completando a minha jogada. 

Um olhar. Desvia, desvia. Olha de novo bem devagar. Tão clichê que só te restou cair nessa, não é mesmo? 

Uma mensagem despretensiosa pra saber as novidades, uma dança louca e próxima demais ao seu corpo, uma falta de atenção calculada para despertar o seu interesse... E parece que ganhei sua atenção! É... eu tenho minhas artimanhas.

Não sei o que você pensaria disso tudo: se eu seria julgada ou ainda mais desejada. Acontece que eu não ligo. Você foi, com certeza, especial. Você dividiu comigo, mesmo sem saber, uma experiência única. E não importa em qual momento você cruzou meu caminho, você me ajudou a evoluir. 

Três anos e cinco meses.

No começo, foi libertação. Você trouxe de volta à tona a mulher que eu havia colocado para dormir anos antes. Depois, uma recaída, apenas para entender que o fim era realmente o fim. E quem nunca precisou dessa confirmação? E, depois disso, apenas quem eu queria. E eu quis você. Eu quis todos vocês!

Lembro do temido desejo latente entre amigos e de como nada mudou após o envolvimento. Me permiti aproveitar do amor compartilhado, mas entendendo que muitas pessoas podem facilmente se ofender com isso. Sofri muito ao querer você e perceber que não era mais dona da sua atenção. Mas entendi após alguns encontros que a pedra fundamental do fracasso nas minhas relações, de fato, seria a dedicação intensa e precoce ofertada pelo meu objeto de interesse. Objeto. Eu disse isso? Não, objetificar nunca foi minha intenção. 

Experiências diversas proporcionadas por seres diversos. Idades, nacionalidades, orientações sexuais... Bebe comigo. Você fuma? Gosta de uma safadeza, né? Me chupa. 

Tantas sensações, diálogos, troca de energia. Tantas formas, cores, tamanhos, ritmos. Tanto sentimento crescendo e se perdendo: carinho, admiração, amizade, dúvida, ciúme, raiva. Não foi por nada. E aqui talvez eu te deva desculpas por tê-lo envolvido nesse redemoinho. Alguns permanecem no ponto em que foram deixados até este momento. Outros cruzaram meu caminho mais de uma vez. Alguns extremamente gentis, outros consistentemente devassos. Poucos me levaram ao êxtase completo. Com dois de vocês eu quis construir um lar, e isso já foi muito pra mim. Ao longo dessa vivência, vocês me mostraram que o tempo estava passando, e que eu estava novamente pronta para mudar alguns posicionamento. Me doei. Cresci. Floresci. Aprendi a ser meu próprio complemento. Me libertei do “nós” para sermos nossos de verdade no devido tempo. 

Continuo tendo apenas quem eu quero. E o que acontece quando não quero? Nada mais. Completa.

Foi do caralho! E que me perdoem os defensores da moral, dos bons costumes e da boca limpa. É que você merece demais. Gratidão.