terça-feira, 7 de abril de 2020

Sale el sol. . .

Que dor de cabeça. Insuportável! Precisava dormir um pouco. Adormeci no sofá. Sonhei com você. Tudo sempre tão real. Seu olhar, seu toque, seu calor. E nenhuma dor até eu acordar.

Nunca sei como começar a falar de você, nem qual música ouvir, nem que lembranças buscar. São tão poucos momentos vividos em um único dia, que me parece impossível escrever duas linhas às vezes. Mas não deveria ser. Em poucos meses tenho vivido tudo, intensamente, e sozinha.

Posso recordar nossas conversas, nosso encontro, nosso encaixe. Perfeito. E eu sei que você também sentiu, embora talvez não tenha se dedicado a pensar nisso.

Me permiti sentir tanto que cheguei à irracionalidade de acreditar que estávamos no mesmo mundo, no mesmo ponto de partida. Só agora percebo que não estamos e que, na verdade, eu mal sei onde estou. Você tem me ajudado muito sem querer: me ajudado a perceber que alguns acontecimentos e pessoas servem apenas como degrau em nossa jornada, e não são menos importantes por isso, mas você deve deixá-las seguir seu curso na hora certa. Quero que saia o sol lá fora, mas, de verdade, quero que você esteja nele.

Te quero tanto, tanto, mas por quanto tempo?

Sinto todo peso do destino em mim agora, com todas minhas escolhas inconscientes. E acredito que na sua hora, no momento em que você me escolher, já não estarei aqui. Se eu pudesse avisa-lo que já vi isso acontecer, e que outros perderam esse tempo para sempre na minha vida... mas é impossível.

E eu que fiz todos os cálculos, que analisei todos vieses e variáveis de confundimento, apenas cheguei à conclusão de que um mais um nem sempre são dois. Mas você também já aprendeu isso um dia. Você já foi como eu várias vezes, e já experimentou do ruim ao melhor também. Você já amou, e já disse aquelas palavras. Você se magoou e, talvez, ainda não tenha se perdoado por isso. Às vezes, isso demora a acontecer.

Não. Você não vai admitir mesmo após perceber o que está acontecendo.

E eu não quero seu amor agora. Nem quero que você desperte amanhã chocado por um entendimento interior repentino. Não espero que me inclua nos seus planos, como se tivesse a certeza de que vou ficar. Mas fique. Me inclua. Desperte. Me ame. Me chame por muitos nomes, e me queira de corpo e mente.

Você que em um único dia conheceu minha alma e me mostrou a sua verdade. Você, ainda, que precisou de apenas um dia para se armar, e não querer, e talvez nem tenha se dado conta disso. Você que disse sentir saudade, e me faz agora pensar como é possível sentir isso por alguém que não faz falta. Se eu apenas soubesse o momento de me afastar. Se eu apenas te entendesse hoje.

Eu que (não) te amo (ainda).

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