quinta-feira, 5 de novembro de 2009

1, 2, gravando . . .



Parecia que o mistério havia sido revelado. De repente, ela segurava a chave para o enigma mais profundo da sua vida. Não era apenas uma descoberta... Era uma prova de caráter, uma prova de limite. Até onde ela seria capaz de ir? Quanto caberia a ela depois de causar tantos danos, de sofrer pelos outros e não se permitir? Quantas pessoas ela precisou machucar para aprender a não repetir o ato?


Mas o suposto amor era exagerado, consumia... Era tão grande que chegava a doer! E agora, que lhe entregaram a tão preciosa chave, que a tanto tempo ela esperara, não tinha o que fazer. Tinha tudo em mente e mais um pouco, mas não conseguia escolher. Pra que escolher, se depois ela mal sabia como fazer? ...


Apenas ouvia palavras de desespero, e em sua mente também se desesperava. Palavras, palavras, mentiras enviadas do céu. E se não fossem mentiras? Que nada! E ainda que fossem, ela não poderia fazer muito.

Lua e Sol... Seria muito se eles só existissem para si mesmos? Ou se um vivesse pelo outro sem interferência de outros astros? Mas não. Entre a Lua e o Sol existia a Terra... E pelo Universo outros tantos astros...

Raiva de si mesma, raiva do destino, raiva do seu coração que sempre parece escolher o lugar errado. Mais que tudo, sentia raiva por não se sentir culpada. Ela queria ter alguém pra culpar, e que fosse ela essa pessoa. Mas no fundo, não havia culpa. Não ali.


Sua mente desconexa pensava em milhares de coisas, situações, previa o futuro. Nada trazia uma boa conclusão...

Talvez fosse melhor esperar aquele amor passar, ou parar em outra estação, como um trem. Corrói... Apesar de querer muito, não podia afetar as outras pessoas por causa de suas próprias vontades. Criança mimada que nunca soube se aproveitar das situações. Nunca se achou suficiente para merecer nenhum amor. No fim, ela deve esquecer como sempre faz... Prometer a si mesma que vai superar... Dar chance ao tempo que já vai ficando de mal humor, por tantas promessas incompletas e tanta dor que nem ele pode curar... Ela deve esquecer...


"Alô! Eu sei... Se chega até aqui, tão no limite, não dá mais pra desistir..."
(Quinto Andar - Tiê)


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