quarta-feira, 13 de abril de 2011

the most loneliest day of my life. . .


Eu entro no ônibus. Na maioria das vezes procuro me sentar sozinha. Escolho a solidão porque estou triste, porque estou feliz, porque ela pode ser simplesmente escolhida. Às vezes meus pensamentos, defeitos e desejos parecem escancarados na minha cara, deve ser por isso que o lugar ao lado é o último a ser ocupado. As mulheres geralmente tem medo (eu sei disso porque também tenho); os homens tem um pouco mais que isso.

Olhos marcados e sérios, boca colorida e não tão séria assim; cara de quem tem vergonha, mas anda por aí mostrando lingerie de cor extravagante. Não é de dar medo, não é de dar nada que não merecem.

De vez em quando surge um valentão gentil; embora eu goste de gentileza, não curto valentões. Gosto daqueles sorrisos infantis, aquela cara de menino pequeno (é o meu lado mãe falando mais alto), mas aí vem o resto (e é esse resto que bota meu lado mãe pra correr).

No metrô as coisas são diferentes. Não há mais aquele olhar julgador e todos parecem saber que são iguais... E tudo me diverte... Na minha frente, uma moça ouvia música e dançava; ela queria ser sensual, só não conseguia. Do meu lado direito, um casal; ela não tinha cara de santa, mas ele mandava. Separados pela plataforma, outro casal, bem romântico dessa vez... Se despediam quando eu cheguei, e ele com cara de bobão sorria pra ela sempre. Talvez nessa parte eu lembre de você, que idiota!

Você podia ser tudo que eu não gosto, podia ser o valentão do começo do meu dia; mas, ao contrário, você tem aquele sorriso infantil, cara de quem tem vergonha de tudo e jeito de quem não tem vergonha alguma... O amor simplesmente está onde está, então, será normal eu já te amar? Mesmo que diferente... Deve ser porque você tem tudo que eu não quero, mas gosto. Se não for isso, por que te amar tanto? =/

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